O sonho plástico de uma arte totalmene sujeita à apreciação pública é tangível pela prática do graffiti e das intervenções urbanas (stickers, cartazes, lambes, etc).
Relacionando-as com as prerrogativas de nossa sociedade, seus anseios, suas barbáries, falta à essa prática algum componente ideológico,ou estigmatizadamente falando, político.
No contexto de arte pública o artista trava um relacionamento com o estado, com o poder instituído uma vez que é Este quem deve subsidiar o acesso e a produção de arte pública para as populações.Ao artista cabe a função de realizar algo que ecoe naquela realidade numa linguagem estética, num desing de significados que reservem algum reflexo senão crítico, poético.
A verdade de um artista não pode estar alheia à realidade estatizada e desigual da sociedade brasileira com toda sua herança de coronelismo, violência extremada contra as manifestações de revolta popular, seu sistema educacional falido, a corrupção macunaímica do jeitinho brasileiro e todo o processo de exclusão instituído.Isto, se não causa a menor pulsão reflexiva na derme sensível do artista demonstra que este não passa de um imbecil passivo ou de um alienado indiferente.
O intelectual, o artista, devem para a sociedade o ônus de sua formação, devem também trabalhar para melhorar a sociedade, pensá-la e propô-la, ao menos propor-se a modificá-la, no entanto no Brasil esta classe estabelecida ignora senão estas questões,qualquer tipo de imersão mais séria de pensamento ou ação neste sentido.Isto não lhe cabe, não lhe interessa enquanto fruição e mergulho na contemporâneidade, não lhe compete.
Apenas conversas morenas em cubos e papos de bar para se pavonear o que acaba refletindo o calcanhar de aquiles de todo artista seja plástico, visual, ator, músico, poeta, escriba, vazio feito um vidro com todo seu ego sufocando seu espírito.
terça-feira, 25 de março de 2008
terça-feira, 11 de março de 2008
ARTE DO DESENCANTO E O DESENCANTO DA ARTE
O viver, o pensar, o produzir arte hoje no Brasil é um conjunto de atividades sujeitas aos mais variados níveis de desncanto.Todos acham as manifestações artísticas necessárias, fabulosas,maravilhosas porém ninguém está afim de pagar nada por isso.No entanto o artista,aquele que produz ou pelo menos se propõe a pensar e se relacionar com o entorno fora da cúpula silênciosa do ateliêr tem de pagar por tudo,não encontrando benefício nenhum por parte do ESTADO e tampouco patrocínio instituído por parte da sociedade civil.
Nos panoramas das artes encontramos uma arte desapaixonada pela vida.Apaixonada somente por sí e atribuindo-se qualidades cenográficas e discursos ocos, vazios.Em pseudo circuitos alternativos já assimilados pelo estabelecimento oficial os autores e atores da vanguarda estética dos centros urbanos surpreendem-se com as manifestações que carregam qualquer carga de crítica social classificando o mínimo ato de panfletarismo.
O vandalismo, diga-se pichação, detém em sí um elemento dúbio: pode-se estabelecê-lo como um grito de liberdade frente as restrições oficiais da sociedade,servindo de agregador social entre seus grupos( crews),valorador de egos esmagados;ao mesmo tempo seus discursos são na grande maioria herméticos,alienados socialmente assim como é alienada a grande parte da produção da arte contemporânea e toda produção intelectual que aflora de todas as linguagens no Brasil.
Ninguém pode ousar classificar-se como vanguarda ( a não ser o mais inutil dos esnobes) sem pensar com responsabilidade artística.Essa responsabilidade deve tocar em questões pertinentes para a nossa sociedade tais como a gratuidade da violência, o desrespeito aos direitos civis , a descentralização do acesso aos bens culturais e monumentais da cidade.A intelectualidade contemporânea tem se mostrado inepta ou no mínimo desinteressada.
Qual o peso da arte na vida das pessoas???
Se algum instituto de pesquisa excluísse a TV e intentasse numa pesquisa sob esse foco de interese, oque sobraria?
Qual a porcentagem de pessoas que vai ao teatro, a algum espetáculo de dança ou à uma galeria de arte ?
O que buscam os que vão,entretenimento puro e simples, fuga estética ou alguma emoção transformadora? e os que não vão, o que procuram ?
Oque você procura na "ARTE"???
Romulo Alexis
Nos panoramas das artes encontramos uma arte desapaixonada pela vida.Apaixonada somente por sí e atribuindo-se qualidades cenográficas e discursos ocos, vazios.Em pseudo circuitos alternativos já assimilados pelo estabelecimento oficial os autores e atores da vanguarda estética dos centros urbanos surpreendem-se com as manifestações que carregam qualquer carga de crítica social classificando o mínimo ato de panfletarismo.
O vandalismo, diga-se pichação, detém em sí um elemento dúbio: pode-se estabelecê-lo como um grito de liberdade frente as restrições oficiais da sociedade,servindo de agregador social entre seus grupos( crews),valorador de egos esmagados;ao mesmo tempo seus discursos são na grande maioria herméticos,alienados socialmente assim como é alienada a grande parte da produção da arte contemporânea e toda produção intelectual que aflora de todas as linguagens no Brasil.
Ninguém pode ousar classificar-se como vanguarda ( a não ser o mais inutil dos esnobes) sem pensar com responsabilidade artística.Essa responsabilidade deve tocar em questões pertinentes para a nossa sociedade tais como a gratuidade da violência, o desrespeito aos direitos civis , a descentralização do acesso aos bens culturais e monumentais da cidade.A intelectualidade contemporânea tem se mostrado inepta ou no mínimo desinteressada.
Qual o peso da arte na vida das pessoas???
Se algum instituto de pesquisa excluísse a TV e intentasse numa pesquisa sob esse foco de interese, oque sobraria?
Qual a porcentagem de pessoas que vai ao teatro, a algum espetáculo de dança ou à uma galeria de arte ?
O que buscam os que vão,entretenimento puro e simples, fuga estética ou alguma emoção transformadora? e os que não vão, o que procuram ?
Oque você procura na "ARTE"???
Romulo Alexis
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